Até quando amamentar?
A Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria seguem a mesma orientação: aleitamento materno desde a sala de parto, exclusivo e em livre demanda até os seis meses, e mantido, junto com outros alimentos saudáveis, até os dois anos ou mais. Ou seja: a amamentação prolongada tem o aval dos principais órgãos de saúde.
O que vemos é que as pessoas esquecem o fim da frase da recomendação da OMS. Esse “ou mais” é para ficar a critério da mãe, da família e do bebê. A ideia é que a amamentação não precisa ser cessada aos dois anos.
Cada vez mais mulheres estão tentando seguir com o aleitamento. É o que apontam os resultados preliminares do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), do Ministério da Saúde. Em comparação com dados de 1986, o percentual de mães que optam pela amamentação prolongada pulou de 37,4% para 60,9%.
Indicar parar o aleitamento é raríssimo. Se a mãe quer seguir amamentando deve ser apoiada. Se quer parar, ajude no processo.
Por que ainda é tabu?
Há uma mudança de percepção em curso nas últimas décadas, um resgate da amamentação como processo biológico e natural. É claro que o tabu ainda existe e os julgamentos vêm de todos os lados, mas o caminho que se desenha é promissor: hoje, se fala muito mais sobre os benefícios da amamentação prolongada do que há 30 anos, e as mulheres costumam chegar mais preparadas para esse momento por buscarem informação.
As mães estudam o tema, procuram base científica para decidir até onde querem ir. E é uma mudança que também precisa passar pelos profissionais de saúde, ainda não são todos que vestem a camisa da amamentação prolongada.
Pode fazer mal?
Não. Tanto o médico quanto a consultora em amamentação são taxativos: não há estudos que comprovem malefícios para mãe ou para a criança. O que se sabe, na verdade, é que os benefícios permanecem. Para o pequeno, serve como uma proteção contra alergias, infecções, diarreias, otites, obesidade e outras complicações. Já para a mãe, reduz as chances de desenvolver diabetes, infarto cardíaco e até câncer de mama e de ovário.
Pode causar desequilíbrio hormonal?
A produção de leite acarreta mudanças hormonais, mas não há com o que se preocupar. Segundo os especialistas, é um processo fisiológico, passageiro e o corpo está preparado para isso, mesmo que o aleitamento siga além dos dois anos. Com a inibição da ovulação, em razão da liberação da prolactina (responsável pela produção do leite materno), é comum a mulher ficar sem menstruar durante a amamentação exclusiva, principalmente nos primeiros meses.
E o desmame?
A mulher deve avaliar sua relação com a amamentação, entender se chegou no limite e se ainda faz sentido para ela. Caso a decisão seja por interromper, uma das chaves é o planejamento para diminuir o número de mamadas gradualmente.
A doação de leite materno é um ato muito importante, com o qual muitas mulheres lactantes podem contribuir. Cada gota conta para os pequenos bebês que vão receber o leite. Participe desse movimento de solidariedade, inscreva-se no Banco de Leite da sua cidade e ajude a salvar vidas.
Gostou desse texto? Não deixe de conferir outros conteúdos relevantes em nosso Site, Instagram e Facebook!