Para que o uso da chupeta ou mamadeira chegue a prejudicar o desenvolvimento do bebê é preciso considerar três fatores: a frequência, a intensidade e a duração. Se o bebê usa a chupeta somente para se acalmar ou para dormir e não cria uma dependência, as chances de terem alterações é muito baixa. Mas, afinal de contas chupeta e mamadeira atrapalham a amamentação?
O correto é não haver interferência externa, e sim, somente amamentação no peito, pelo menos nos primeiros meses de vida. O leite materno é o alimento mais completo e deve ser o pontapé inicial na nutrição humana.
Porém, apesar de tanto a mamadeira quanto a chupeta terem suas consequências, no caso da chupeta, ela não interfere tão significativamente na amamentação em si, mas sim em outros fatores, como a dentição, veja as consequências dos dois itens, no texto abaixo.
As consequências do uso da mamadeira na amamentação:
Falar sobre o uso da mamadeira sempre causa muita polêmica. Nesse blog, vamos trazer as informações corretas e explicar sobre as consequências de certas atitudes, assim você pode fazer uma escolha consciente. Agora vamos falar sobre o uso da mamadeira.
Uma das recomendações feitas por muitos pediatras é que a mãe esgote todas as possibilidades de oferecer leite materno diretamente do seio ou com outras opções como a colher dosadora ou copinho, por exemplo, antes de introduzir o bico artificial para que o bebê não se acostume.
O primeiro problema que pode ser consequência do uso da mamadeira é que ela pode levar à disfunção motora oral, ou seja, a chamada confusão de bicos. O risco de um lactente ter um desmame precoce é muito maior quando existe o uso de bicos artificiais pois o bebê acaba se acostumando com uma pega inadequada.
Na posição errada, o recém-nascido só abocanha o mamilo, não conseguindo esvaziar os seios, causando dor na mãe, fissuras, tensão materna, fome, choro e incomodo no bebê. O Ministério da Saúde explica que o bebê acaba “preferindo” a mamadeira, pois com o bico artificial, o movimento de sucção é mais passivo, ou seja, o bebê usa os músculos da bochecha e a abertura da mandíbula para chupar o líquido, enquanto a língua fica no fundo da boca controlando o fluxo de leite.
Outra consequência que pode ser provinda do uso da mamadeira (lembrando que tais consequências NÃO são vistas em TODOS os casos de bebês que utilizam esse utensílio) é o risco de o bebê tornar-se um respirador bucal, o que poderá no futuro provocar diversos problemas respiratórios, de sono, de fala e problemas na arcada dentária.
Existem ainda mais consequências do uso desse objeto. Estudos constataram que cada vez mais a utilização de mamadeiras está relacionada a obesidade precoce e o aparecimento de cáries.
O caso da obesidade está ligado ao fato de muitos pais usarem a mamadeira como um “alívio do estresse através do prazer oral”. Muitas vezes os pais dão a mamadeira assim que o bebê chora para acalmá-lo e por ser um método de fácil manuseio, sendo que nem sempre o bebezinho está chorando apenas de fome. Estudos já mostram que o aleitamento materno funciona como fator protetor do risco de obesidade no futuro.
As consequências do uso da chupeta na amamentação:
As crianças que usam chupeta, mamam por menos tempo. Isso acontece porque sugar o peito é muito diferente de sugar uma chupeta. Para mamar no peito o bebê utiliza músculos diferentes daqueles necessários para sugar a chupeta, assim como na mamadeira, um bebê que mama no peito e usa chupeta pode ter dificuldade de aprender as duas maneiras de sugar e ficar confuso. Quando ocorre a “confusão de bicos”, que já foi citada anteriormente, Isso porque o bebê pode estar tendo dificuldade para retirar o leite do peito.
O bebê passa então a mamar no peito cada vez menos tempo e menos vezes ao dia. Além disso, gasta energia sugando a chupeta sem receber alimento, o que, somado ao fato de que criança que usa chupeta mama menos no peito da mãe, pode reduzir o seu ganho de peso. A diminuição do número de mamadas e o não esvaziamento adequado do peito, com o passar dos dias, pode fazer com que a mulher produza menos leite.
O bom desenvolvimento da boca e da dentição depende do exercício que a criança faz para sugar o peito. Como sugar a chupeta utiliza músculos diferentes, a falta de atividade dos músculos utilizados para mamar no peito pode levar a problemas na mastigação, na fala, no alinhamento dos dentes e na respiração, entre outros.
Além disso, o uso prolongado da chupeta por mais de 2 anos pode ser substituído, mais tarde, por outros hábitos orais como fumar, comer excessivamente ou outros transtornos compulsivos. Isso ocorre porque a justificativa para o uso do bico normalmente é relacionada a acalmar o bebê, o mesmo motivo atribuído aos fumantes no uso de cigarro.
O uso da chupeta pode ser adotado como forma de confortar o bebê, em momentos relacionados a agitação, irritação ou choro intenso. No entanto, é preferível amamentar a criança sempre que possível, uma vez que os mecanismos envolvidos na amamentação são múltiplos e incluem sucção, contato pele a pele, calor, balanço, cheiro, voz materna e, possivelmente, substâncias presentes no leite materno que potencializam o efeito da amamentação na redução de estresse.
Qual a recomendação? Chupeta e mamadeira atrapalham a amamentação?
Após conhecer as consequências do uso e que a chupeta e mamadeira atrapalham a amamentação em certo ponto, é importante que os pais/cuidadores façam uma reflexão sobre quando e como o seu bebê precisa ser acalmado, e em casos específicos como falta de leite materno, obviamente a mamadeira é recomendada.
Como os bebês não falam, eles se comunicam por meio de resmungos, balbucios, choros e gritos. No início, entender essa linguagem pode ser uma tarefa complicada para os pais, mas, com o passar do tempo, muitos sentem-se confiantes em identificar o que o bebê está tentando comunicar através do choro.
É comum oferecer chupeta/mamadeira ao bebê quando começa resmungar ou na presença de algum fator que entendemos como desconfortável, ou até mesmo sem nenhum motivo. É importante lembrar que esses podem fazer com que a criança fique quieta, o que não significa que sua necessidade tenha sido atendida. Ela acaba “se conformando” com o prazer que lhe é oferecido, ainda que temporário. Por isso, é importante tentar entender e decifrar o significado dos choros do bebê.
O mais adequado para acalmar bebês é oferecer o peito sempre que o bebê apresentar sinais de fome. Pegar no colo, segurando-o firmemente e o aconchegando, cantar para ele, praticar contato pele a pele, banhá-lo, ofertar estímulos, como mordedores, chocalhos ou outras brincadeiras que chamem a atenção da criança e lhe forneçam conforto e carinho. Assim, o bebê se aproxima mais da mãe, e chupeta e mamadeira não atrapalham a amamentação. Quer saber como ou mais dicas? Fale conosco que temos a consultoria ideal para você!
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